Você valoriza o comércio do seu bairro?
Victor Leon Ades
Victor Leon Ades
Fala-se muito atualmente em revitalização de bairros da cidade, combate
à economia informal, projetos de geração de renda, etc. Como isto
reflete na nossa vida cotidiana? Depende do quanto deixarmos. Quanto
mais ajudamos a economia do nosso bairro a manter-se dinâmica,
produtiva e inclusiva menos vamos sentir as influências negativas de
todos estes problemas.
Toda vez que fazemos compras num shopping center, hipermercado ou megaloja na marginal num bairro distante, estamos enfraquecendo a economia do nosso. Por que?
Parte da riqueza acumulada pelas pessoas dentro dos seus bairros, com
seus trabalhos, acaba sendo transferida para estes bairros distantes,
quando isto acontece. Muitas vezes as empresas onde vamos gastar o
nosso dinheiro são virtuais ou estão sediadas em outros bairros,
cidades, estados e até países. Muitas se beneficiam de amplos
incentivos fiscais e financeiros dados pelos governos e conseguem
competir no mercado com ampla vantagem em relação a um pequeno
comerciante da nossa própria rua.
O
comerciante de bairro tem total interesse em fidelizar sua clientela e
seguramente estaria disposto a rever seus preços para enfrentar esta
concorrência se tivesse mais segurança no seu negócio, investindo assim
em melhores instalações, treinamento de pessoal, melhores serviços e
gerando mais empregos. Segundo estatísticas mais de 70% dos
empregadores no Brasil são microempresas com até 4 funcionários. Não é
triste perceber quando uma padaria, lavanderia, papelaria ou salão de
cabeleireiro que costumávamos freqüentar fechou?
O problema é que os verdadeiros custos não estão computados nestes preços. Será que se considerarmos os custos de transporte, alimentação, tempo perdido, estacionamento, congestionamentos, emissões de CO2, poluição etc estas megalojas realmente são realmente mais vantajosas? E se considerarmos então a perda de empregos, fechamento de pequenos negócios, degradação urbana e número crescente de espaços vazios ainda assim valeria a pena?
Saiba que muitas comunidades criaram alternativas para suas trocas e
comércio solidários tais como: moedas alternativas, feiras de trocas,
bazares, cadernetas de crédito, microcrédito, troca de produtos por
serviços e vice-versa, entre outras. É uma maneira de estimularem uma
economia colaborativa e não tão competitiva e exercerem sua cidadania e
reforçarem sua auto-estima.
Comprando no seu
próprio bairro você acaba conhecendo o nome do vendedor e ele o teu e
as relações transcendem o aspecto financeiro, tornando-se muito mais
humanas. Há troca de olhares e sorrisos. As pessoas se reconhecem.
Quando estiver caminhando pela rua você pode visualizar árvores, flores
e jardins, o tom do céu, perceber as mudanças de clima, ajudar
crianças e idosos, conhecer caminhos diferentes e divertir-se.
Mude os seus hábitos e faça economia. Através destas pequenas atitudes
ajudamos a fortalecer a economia do nosso bairro.
No Ecobairro em breve vamos propôr alguns exercícios de economia de trocas solidárias. Venha participar!
Fonte: Ecobairro