FECHAMENTO DO COMÉRCIO DAS 700 SUL...

Relembrando, artigo publicado no Jornal de Brasília em 2005, para problemas que se arrastam até hoje. Será tão difícil assim fechar um comercio sem Alvará de Funcionamento?


JORNAL DE BRASÍLIA - EDIÇÃO ON LINE - 16/10/2005




Domingo, 16 de Outubro de 2005

Sem alvará para funcionar



O encerramento das atividades comerciais nas quadras 700 da W3 Sul é irrevogável. Além da questão de ferir o projeto original da avenida, de acordo com Vatanábio Brandão, da Secretaria de Coordenação das Administrações Regionais (Sucar), todos os estabelecimentos estão sem alvará de funcionamento.Há cinco anos a Administração Regional de Brasília não renova esse tipo de licença, por falta de amparo legal.



O objetivo dos fiscais da Secretaria de Fiscalização das Atividades Urbanas (Sefau) é agir sem violência. "Com cautela e prudência, eles vão interditar os estabelecimentos", afirma Brandão. Para isso, todos os proprietários foram avisados previamente. "Ninguém vai poder dizer que não sabia o que ia acontecer", completou.



De acordo com Vatanábio Brandão, todos os donos de estabelecimentos irregulares foram notificados, há mais de 90 dias, para desocupar os espaços. "Eles continuam a fazer concorrência desleal e predatória contra os empresários legalmente instalados. Agora, os fiscais vão agir. A secretaria está amparada na legislação que trata da postura (ocupação) na área tombada do Plano Piloto", explica Vatanábio Brandão.




A proprietária do Salão Solange Cabeleireiros, na 707 Sul, Maria Santana, afirmou que está amparada por liminar. "Desde que começou esse burburinho, eu busquei ajuda legal para permanecer".



O secretário confirma que alguns empresários se mantiveram no local por força de liminares concedidas pela Justiça. No entanto, ele garante que todas foram derrubadas e as leis que permitiam o funcionamento do comércio foram consideradas inconstitucionais pelo Judiciário.



"Esgotamos o prazo de negociação. Vamos agir como fizemos com os camelôs que estavam sobre a plataforma superior da Rodoviária do Plano Piloto. Eles foram retirados sem transtornos", diz o titular da Sefau.



Quadras 500 Segundo o secretário da Sucar, os comerciantes vão sair das 700 e terão a seu dispor as cerca de 80 lojas vazias para alugar nas quadras 500 da W3 Sul, em frente às 700, e que são destinadas para o comércio. "Eles estão acomodados com o preço do aluguel mais barato na área residencial e não querem se transferir para o outro lado da avenida", comenta Vatanábio.



A idéia não agrada aos donos dos negócios. A maior reclamação é mesmo quanto ao valor cobrado pelo aluguel e a burocracia para fechar o negócio. "Não temos condições de sair de um aluguel de R$ 1 mil para outro que é o dobro. Além disso, as imobiliárias pedem uma renda três vezes maior que o valor do aluguel e dois fiadores. Isso é impossível conseguir", reclamou ela.